Júnior Mello – O maestro dos sucessos sertanejos

Na efervescente cena musical brasileira, poucos nomes se destacam tanto quanto o de Júnior Mello, carinhosamente conhecido como Juninho Mello. Músico e produtor musical, Juninho tem sido uma força criativa por trás de inúmeros sucessos, moldando o som de diversos artistas no Brasil. Em uma conversa franca, descontraída e exclusiva com a Hub Club, discutimos suas inspirações, desafios e o futuro da música sertaneja.

Inspirações e influências
Sobre suas principais inspirações, Juninho não hesita em falar sobre a época de ouro da música sertaneja, como Rio Negro e Solimões, por exemplo. “Me lembro de ir a um show em Barretos. Estava tão cheio que não conseguíamos chegar no banheiro, a 5 metros. Tive o privilégio muito tempo produzir uma nova roupagem nas melodias antigas da dupla, e deu muito certo. Todo mundo canta. Eu sempre admirei as músicas que fizeram sucesso nos anos 90. O trabalho de produção era muito mais detalhado e artístico,” reflete.

Para ele, a música naquela época trazia uma riqueza de elementos que estão se perdendo na produção contemporânea. “Hoje, a música é mais rápida e industrializada. Antigamente, se usavam muitos instrumentos como gaitas, flautas e saxofones, e sinto falta disso nas produções atuais.”

Além da tradição sertaneja, Juninho também se apresenta como um apreciador do rock, especialmente das vertentes mais melancólicas. Ele acredita que essa influência pode ser percebida em suas produções. “Quando produzimos ‘Facas’, de Diego e Victor Hugo, por exemplo, o uso da gaita foi um elemento inesperado que trouxe uma nova vida à música”, explica, destacando a importância de buscar referências que deixem a obra autêntica.

Trabalho de destaque
Juninho está particularmente orgulhoso de vários projetos que realizou, especialmente durante a pandemia. Ele lembra de um DVD que gravou sem público, um momento desafiador, mas também muito gratificante. “A música ‘Vai lá em casa hoje’ foi uma produção exclusiva, que envolveu participação da Marília Mendonça com George Henrique e Rodrigo.” Essa música ressoou não apenas por sua qualidade, mas também pela habilidade de Juninho de juntar artistas e criar algo novo em um momento tão complicado.

A transformação digital e o impacto das plataformas de streaming também estão no horizonte das conversas sobre música. Para Juninho, a internet não substitui o rádio, mas sim complementa. “Um artista pode alcançar sucesso apenas pela internet, mas para realizar shows lotados, a presença no rádio ainda é crucial,” analisa.

Desafios e superações
Entre os grandes desafios de sua carreira, Juninho destaca um momento em que se sentiu desanimado com a música. “Eu tinha um estúdio em casa, mas o mercado estagnou. Foi um período difícil. A grande virada de chave na minha carreira foi sem dúvida o projeto Diego e Victor Hugo”, conta. Essa parceria não apenas restabeleceu sua confiança, mas também abriu portas para uma nova fase em sua carreira.

A pandemia, contudo, trouxe outro tipo de desafio. “Muitos amigos perderam seus estúdios e o mercado de eventos foi severamente impactado. Fomos obrigados a nos reinventar e mergulhar em novas estratégias de marketing e live shows,” conta.

O futuro da música
Sobre o futuro da música sertaneja, Juninho acredita que é hora de surgirem novas vozes e estilos. “Precisamos de renovação. Os novos artistas devem ousar mais e trazer uma perspectiva fresca para o cenário,” sugere, enfatizando que a falta de diversidade nas produções pode levar a um ciclo repetitivo.

“O fator mais importante é o sentimento. O artista precisa se conectar com a música e com o público de forma genuína. Não é apenas sobre fazer um hit, é sobre expressar emoções,” completa.

A importância do networking
Juninho é um defensor fervoroso do networking na indústria musical. Para ele, as relações pessoais e profissionais podem fazer a diferença entre um artista se destacar ou permanecer desconhecido. “Quando um artista vem gravar aqui, eu olho além da produção musical. Quero entender como posso ajudar no crescimento da carreira dele, seja através de parcerias ou marketing,” afirma.

Na visão de Júnior Mello, o segredo para o sucesso na música não está apenas no talento, mas também em se conectar com os sentimentos e a história dos artistas que atua. Ele continua a ser uma influência vital na indústria, sempre buscando inovações e experiências que façam a música brasileira evoluir. Como ele mesmo diz: “Eu quero tirar o melhor de cada artista, ajudando-os a encontrar sua própria voz.”

Entre alguns artistas produzidos por Junior Mello estão Bruno e Marrone, Enzo Rabelo, George Henrique e Rodrigo, Ícaro e Gilmar e muitos outros consolidados ou em ascensão.

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