O desafio em criar algo novo, seja um negócio, uma estrutura, um modelo organizacional ou um plano de marketing, exige do empreendedor, sócios e equipe esforços e determinação adicionais.

Atender as expectativas, necessidades, desejos das pessoas, solucionar um problema ou tratar uma dor do mercado, tornam o ambiente dos negócios cada vez mais especializado e dinâmico, obrigando maior obtenção de conhecimentos, desenvolvimento de habilidades e prática de atitudes que promovam o desenvolvimento contínuo da equipe e da liderança, principalmente.

Tudo começa pela observação, pesquisa, estudo das oportunidades e geração de novas ideias. A seleção das ideias, aliada às técnicas e métodos, é essencial para garantir o sucesso do empreendimento e da solução.

Boas ideias, ótimos negócios
A prototipagem é uma técnica das mais importantes neste processo de geração de novos negócios e da inovação de produtos e serviços. E existe uma chave para tudo isto: sem recursos nada decola! No mundo dos investimentos em negócios inovadores, o gráfico abaixo é uma referência e exemplifica a trilha da inovação.

A trilha dos negócios inovadores
A etapa inicial é apresentar a ideia ou modelo às pessoas interessadas que tenham recursos e teses de investimento para fazer o aporte necessário para o seu desenvolvimento e lançamento no mercado. Os principais atores nesse cenário são os Investidores Anjo, que desempenham um papel fundamental ao aportar capital e conhecimento em empresas nascentes. Geralmente, são executivos experientes, empresários bem-sucedidos ou entidades que avaliam cuidadosamente o potencial de ideias promissoras. Além dos Investidores Anjo, outros agentes também contribuem para o desenvolvimento das startups, como amigos e familiares que oferecem apoio financeiro inicial, programas de governo que fomentam o empreendedorismo e a inovação, universidades e centros de pesquisa que geram conhecimento e formam talentos, e comunidades e entidades que promovem a interação e a troca de experiências entre empreendedores. A sinergia entre esses atores é essencial para impulsionar o crescimento das startups, desde a concepção da ideia até a sua
consolidação no mercado. O apoio financeiro, o conhecimento especializado e o networking proporcionados por Investidores Anjo, amigos, familiares, programas de governo, universidades e comunidades são elementos-chave para transformar ideias inovadoras em negócios de sucesso. Esta etapa exige determinação, foco, testes contínuos, adoção de novos modelos, ferramentas, desenvolvimento da equipe, mentorias, obtenção de novos recursos e novos investidores, com muita perseverança e gestão.

É muito comum que os resultados financeiros sejam negativos por um período, dependendo da concorrência no mercado, da adoção pelos clientes, da velocidade de implantação e validação do modelo. Este período é denominado pelo ambiente de startups como o vale da morte. Esta denominação se deve ao fato de que inúmeras ideias e modelos não conseguem superar os desafios do mercado e se tornam inviáveis por não receberem recursos suficientes para suportar a operação ou pelos empreendedores e equipes não mais acreditarem na ideia e no modelo de negócios. As ideias e modelos que passarem por este “vale” alcançam os resultados desejados e continuam a crescer passando pelas etapas seguintes, tal como é apresentado no gráfico: séries A, B, C… até
chegar à fase áurea de emissão das ações para o mercado. Aqui na região, uma startup que trilhou com êxito este caminho é a Ypê Digital.

Vale da superação
O termo “Vale da Morte” me incomodou muito quando em 2010 iniciei minha jornada no ambiente de inovação e negócios inovadores. A questão principal era: porque boas ideias e negócios inovadores não prosperam, uma vez que foram validadas em eventos, apresentações e receberam recursos dos investidores anjos e outros que acreditaram na solução? Observando as inúmeras ideias, startups e negócios inovadores, constatei que os empreendedores e as equipes que tinham uma inteligência empreendedora, mentalidade positiva e busca contínua dos conhecimentos, assim como a ampliação da sua rede de relacionamento com pessoas referenciais e com o mercado obtiveram mais resultados positivos e alcançaram o sucesso projetado. Diante deste fato, eu alterei a denominação desta etapa inicial para
vale da superação.

Superar desafios, superar falta de recursos, superar adversidades, superar deficiências das equipes, superar problemas de relacionamento, superar o ambiente competitivo, superar o desânimo, superar a falta de conhecimentos, superar a carência de habilidades, superar a falta de atitudes, superar as reclamações, superar a falta de processos, superar a desorganização e tantas outras superações é que tornam uma ideia e negócio inovador próspero e bem-sucedido.

Morte transmite uma mentalidade de derrota, desesperança e falta de iniciativa. A superação, por sua vez, transmite uma mentalidade de esforço, criatividade, sintonia, resiliência, crença positiva e perseverança. Ao longo de toda a jornada, empreendedores e equipes precisam aprender e evoluir constantemente para superar os desafios. As etapas seguintes, séries A, B, C… e IPO, eu denominei como a Rampa da Superação.

Os empreendimentos são organizações VIVAS e exigem cada vez mais uma consciência de que sempre há algo novo, novos desafios e novas exigências que precisam ser superados.

Só há novos negócios com novas ideias e soluções; com muita superação!!!

José Mauro Floriano é Corretor e Avaliador Imobiliário. MBA Gestão Empresarial. Especialista em Gestão Empresarial e Investimentos em Negócios Inovadores.