2023: qual a sua expectativa?

Atualizado: 22 de dez. de 2022

Lideranças em Uberlândia fazem balanço de 2022 e dizem o que esperam para o próximo ano.

Por Palmira Ribeiro | Jornalista Fotos Divulgação

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 1º de dezembro apontam que a economia nacional cresceu 0,4% no terceiro trimestre de 2022 em comparação com os três meses anteriores. O resultado, fruto da produção de R$ 2,5 trilhões entre julho e setembro, fez o Produto Interno Bruto (PIB) – que é a soma de todos bens e serviços finais feitos no país – alcançar o maior patamar da série histórica, iniciada em 1996. Contudo, essa quinta variação positiva da economia nacional é menor que os quatro trimestres anteriores: 0,4%, 0,9%, 1,3% e 1% respectivamente.

O problema é que após avaliação de todo o cenário, a expectativa é de piora nos trimestres seguintes. E isso não será algo anormal, pelo contrário, era previsível. A situação econômica do país foi um dos principais assuntos em 2022, seja por causa das eleições e o impacto da possibilidade de troca no governo federal, seja pelas decisões tomadas pelo até então atual governo, que foram gerando consequências para este ano e para os próximos. A questão é que tudo isso gera nas pessoas, empresários ou não, sentimentos para o futuro de cautela, ansiedade e esperança que acabam freando investimentos. Mas, apesar destes sentimentos, os brasileiros precisam continuar e apostar sempre em dias melhores. Nós conversamos com algumas personalidades de Uberlândia dos mais diversos segmentos que nos contaram como foi este 2022 e o que esperam para 2023.

Cicero Domingos Penha

Diretor da Ser Humano Consult, Cicero Domingos Penha atua em consultoria focada em Gestão de Pessoas, Relações de Trabalho e Governança Corporativa para empresas de todos os portes e segmentos de mercado. Confira nossa entrevista com ele.

O país já passou por várias crises econômicas, momentos de tensão e incertezas ao longo de décadas. Qual é o seu conselho para os empresários e as pessoas diante de mais um momento no Brasil similar a outros?

Minha visão é de certa forma positiva. O Brasil é maior que toda essa crise que vivemos no momento. Não somos Cuba nem Venezuela. Não dá para comparar. Somos um país continental e temos instituições fortes. Por outro lado, com certeza teremos atraso de crescimento, o que é uma pena porque o país estava com a casa arrumada e prontinho para decolar. Sem paixão, basta ver os indicadores. Para os mpresários digo para fazerem as tarefas necessárias, a continuidade dos seus negócios, analisarem bem investimentos, correrem atrás de clientes, terem fé e continuarem acreditando no país. Para as pessoas em

geral, principalmente trabalhadores, digo para fazerem de tudo para segurar o emprego e ter cuidado com os gastos, até essa fase passar e as coisas ficarem mais claras na política e na economia do país.

Em 2022, muitos voltaram a sonhar e investir após o período de pandemia. Na sua avaliação qual o balanço deste ano?

Vamos fechar o ano com os indicadores econômicos do país positivos, apesar de vivermos um momento de muito medo no mercado. Em 2022, as empresas voltaram a investir e temos um cenário de pleno emprego. Sinal de que quando se tem responsabilidade fiscal e combate a corrupção, o dinheiro dos impostos aparecem e os investimentos públicos são realizados.

Sempre que há um novo governo existem expectativas e mudanças que impactam a economia diretamente. O que você indicaria para os empresários: invistam com cautela? Quando começar a investir?

Infelizmente não é momento de fazer investimentos de grande envergadura. É preciso esperar um pouco, ver o desenrolar da política e entender os fundamentos das medidas que virão. Momento também para a organização rever os custos de suas estruturas, buscar ampliar o portfólio de clientes e manter o pessoal interno com esperança e motivação. É preciso cuidado para não amedrontar as pessoas. E as empresas precisam de cuidar do seu ambiente interno, precisam ter positividade.

Qual sua previsão em relação a empregos no próximo ano? Haverá geração ou impacto negativo a princípio?

Penso que no princípio teremos uma retração nos empregos, mas acredito que logo poderemos ter recuperação se o novo governo souber transmitir segurança para os empresários. Emprego depende de empreendedores e os empreendedores precisam de segurança e motivação para investir.

Quais profissões abrirão mais oportunidades em 2023 e quais investimentos as pessoas podem fazer para tentar uma vaga no mercado?

Todas as profissões ligadas a tecnologia da informação e ao agronegócio deverão continuar em alta. Para os desempregados encontrarem emprego precisarão demonstrar qualificação. Por qualificação entenda-se bem mais que formação escolar. Aí entra perfil comportamental, demonstração de um mínimo de experiência, demonstração de muita vontade de trabalhar e aprender, saber usar redes sociais como Linkedin, por exemplo, e ativar contatos com pessoas que possam indicá-lo para oportunidades que, às vezes, não estão nem publicadas.

Deixe sua mensagem para 2023.

Tudo na vida passa, inclusive as ondas de pessimismo. Somos a “fábrica de comida” do mundo. Toda a Europa Central cabe dentro do Brasil. Somos uma nação de paz e trabalhadora. Qualquer regime político, por mais idiota que seja, terá que levar em consideração que sem paz e motivação uma nação não produz e o regime padece. O Brasil é maior que qualquer crise fabricada por humanos.

Fábio Pergher

Fundador e Ceo da Start Química e presidente do Grupo Lima & Pergher que engloba as empresas Prata Alimentos, Start Química, Provanza, Grupo 3R e Adfert, Fábio Pergher é um brasileiro que investe e acredita muito no país. Para ele perguntamos o que ficou de positivo em 2022 e o que esperar de 2023.

“Este foi um ano extremamente positivo, apesar das incertezas com relação à economia e às eleições. Foi um ano que deixou marcas profundas e estamos ainda vivendo muitas turbulências, mas fizemos grandes investimentos e acreditamos muito no Brasil, que é um país do futuro. Eu sei que teremos que fazer algumas correções de percurso no futuro, como sempre em qualquer situação, em qualquer país. Por hora, neste momento de incerteza para o ano de 2023, fico muito preocupado com o que está por vir e estamos aguardando e com investimentos um pouco mais tímidos porque diante da incerteza a gente freia para entender quais os mares que vamos navegar. Nós, empresários, estamos bastante temerosos que o Brasil entre numa vertente não positiva de desenvolvimento. Por enquanto estamos um pouco mais em calmaria, aguardando os acontecimentos, mas reitero que sou muito otimista com o Brasil e acho que é um país que tem vocação de ser grande em níveis mundiais. Acredito que 2023, quando a turbulência passar, voltaremos ao ciclo de desenvolvimento e vamos com tudo com esta

vocação começar a mudar nossa cultura de exportar produtos beneficiados e não apenas commodities”, observa.

Humberto Pereira Carneiro

Empresário renomado, com vários negócios em Uberlândia, Humberto Pereira Carneiro também deu sua opinião sobre como foi 2022 e expectativa e investimentos para 2023. Segundo ele, após a pandemia neste ano foi possível ver a separação entre quem estava preparado ou não para as mudanças que ocorreram naquele cenário e depois dele.

“Eu acho que 2022, pós-pandemia, separou o joio do trigo. Aqueles que estavam preparados com a mudança conseguiram se manter em pé. Aqueles

que estavam prontos para enfrentar o que vinha pela frente deram conta de superar e aqueles que sobreviveram saíram mais fortes com certeza. Apesar dos pesares, esta foi uma forma de reestruturar os bons empresários dos maus empresários, mesmo tendo sido muito castigo para todos. Infelizmente muitos sucumbiram por falta de estrutura e por falta de condições, ou até pelo tipo de negócio que tinham e enfrentaram as consequências daquele momento”.

Para ele, a mudança de governo interfere em projetos e investimentos e é preciso cautela. “O governo é quem define seu futuro e é importante sabermos cada vez mais sobre nossas escolhas. A gente começa a perceber que o mundo estava sendo enganado por muito tempo e felizmente as pessoas acordaram e estão pressionando ao verem isso. Acredito que ocorrerão boas mudanças e que a verdade vai vencer porque nós não podemos permitir que uma situação comprovada no passado se repita novamente. Este novo governo vem com muita ganância, muita vontade e nunca fizeram um bom governo. Não tem responsabilidade. E essa falta de responsabilidade afeta diretamente qualquer tipo de investimento. Ou seja, você tem uma fuga maciça de capital. E sem o capital, sem estabilidade, as coisas não duram e não perduram. Nós, infelizmente, entramos numa espiral negativa que pode nos levar a uma condição de um país de terceiro/quarto mundo, como se pode ver a Venezuela e Argentina, por exemplo”.

Como empresário, Humberto também sabe quais períodos são mais benéficos para se investir e sugeriu que as pessoas fiquem de olho no andamento das decisões que serão tomadas pelo futuro governo. “Acho que por enquanto temos que ter cautela, pois estamos vivendo um momento ímpar, onde temos discussões inclusive de governo e você precisa manter e ter estabilidade. O capital é um bicho arisco, se ele não arrumar guarita aqui, com certeza vai para outro lugar. Vamos ver como será o direcionamento dos nossos governantes. E vai um alerta, tem gente que fala assim ‘não gosto de me envolver em política’, mas é o político que vai definir o que você vai comer, a roupa que você vai vestir. Nós temos que nos politizar mais, participar mais e ajudar a pressionar para que haja seriedade nos propósitos. E se você não tiver estabilidade jurídica ou um regulamento na forma de se tratar e na forma de comercializar, nada e ninguém sobrevive. Precisamos ter cautela e saber que junto com isso também vamos ter oportunidades”.

A mensagem positiva dele para 2023 é: “Você não é fruto dos seus sonhos, você é fruto do seu medo. Então, você tem de enfrentar os seus medos de forma positiva, pois estamos aqui só de passagem. Faça valer a pena a sua vida, faça alguma coisa de valor, trabalhe com

seus princípios, trabalhe com verdade, que você vai conseguir ter sucesso. Não tenha medo não, e se tiver medo, vai com medo mesmo. Nós temos que fazer esta transformação. Está na mão de cada um de nós esta responsabilidade e não podemos ser omissos”, adverte.

Tomaídes Rosa

Empresária, conselheira e consultora de empresas, Tomaídes Rosa é diretora da Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (Aciub) e vice-presidente do Aciub Mulher. Enquanto palestrante, fala sobre finanças, empreendedorismo feminino e economia rural. É sócia da Tri Investimentos, Pro-Neural e Eggs & Co. Desde 2006, está à frente da Trust Mentoring, que cuida de mais de 50 grupos agrícolas e de pecuária no Brasil e no Paraguai. Com ela, falamos sobre agronegócio, balanço deste ano e o que o futuro pode reservar para o setor.

Como foi 2022 para o agro e quais os maiores investimentos do atual governo que geraram ganhos/resultados positivos para o setor?

Em 2022, tivemos um ano de margens bastante apertadas, principalmente para a soja, tivemos uma seca no Sul do país terrível e isso causou muita perda na América do Sul e prejudicou muito a produção brasileira. Além disso, o bushel – que é o preço da soja em Chicago – subiu bastante e isso gerouconsequências em relação aos preços. Outro fator que marcou o ano no campo foi a guerra Ucrânia x Rússia que colaborou para o resultado nos preços de soja e milho. Este ano tivemos aumento dos insumos de forma considerável. Houve também uma especulação, até uma incerteza nossa por parte dos fertilizantes. A gente não sabia se a ia ter ou não para esta safra, já que está chegando ao final. Mas neste caso deu tudo certo e não houve nenhuma intercorrência graças aos esforços do Ministério da Agricultura e do governo brasileiro para que tudo chegasse a tempo e hoje, inclusive, temos adubo disponível no porto. Outro fator para se destacar como balanço deste ano é com relação ao dólar, que por causa da inflação americana tivemos uma valorização da moeda deles frente a outras e o Real acabou perdendo a oportunidade de se valorizar com esta instabilidade, com esta polarização que ocorre no país, e isso ajuda com que nossas commodities fiquem em Reais e em valores muito consideráveis. Por fim, 2022 também teve aumento de custos em todos os setores, aumento muito grande em logística, insumos, pessoais. Foi bem considerável para o agro.

Como foram as importações e exportações em 2022?

Com relação às exportações, 2022 será um dos melhores anos para o Brasil, para grãos principalmente. Para se ter uma ideia, em agosto, o milho, por exemplo, tinha tido 41% mais exportação que em relação a 2021. E a carne bovina estava 8,7% a mais em agosto. É bem considerável este aumento.

O futuro governo federal disse que vai conversar com o setor. O que espera de 2023?

Sobre o próximo ano estamos bem apreensivos em relação aos custos do agro, já que os insumos são comprados com muita antecedência e a comercialização pode ser feita com até um ano após a compra. Já quanto à política não acredito em grandes mudanças, pois não tem ninguém novo no cenário e todos participantes do novo governo infelizmente são velhos conhecidos nossos. Na realidade, acredito que se eles não atrapalharem já está ótimo.

Deixe sua mensagem para 2023.

“Desejo que iniciemos o ano com fé e muito trabalho, pois o Brasil e o Agro não param e eles são os motores da alimentação mundial”.

Paulo Eduardo Vieira

Jornalista com vasta experiência em criação de produtos e gestão de equipes, Paulo Eduardo Vieira tem 28 anos de trabalho nas áreas de TV, redação, internet, relacionamento com a comunidade e na interação entre meios distintos. Especialista em políticas públicas, graduado em Comunicação Social, MBA em Comunicação e Marketing e Master em Gestão Estratégica de Marcas, ele avalia 2022 para a comunicação e diz o que espera para 2023.

A comunicação em geral e a forma de se comunicar em 2022 seguiu passando por mudanças e ataques. O que ficou de lição deste ano?

Em 2022, pudemos ver que aquilo que nossa sociedade entende por verdade não é mais algo homogêneo. Isso não é só um perigo para quem trabalha com notícia. Pudemos ver como essa epidemia de fake news ameaça não só o jornalismo. Ameaça a democracia e a unidade nacional. Parece absurdo termos de promover a verdade. Chegamos ao absurdo de ver quem defenda a liberdade de poder contar uma mentira. Como construir qualquer convenção, conceito, acordo, leis em uma sociedade que simplesmente não consegue concordar com o que é fato

e o que é mentira?

Acredita que o próximo governo poderá seguir com restrições à comunicação ou pode ocorrer abertura com mais diálogo para com a imprensa?

Infelizmente não é de um ou outro governo a competição com a imprensa e os meios de comunicação no Brasil.

Nunca vimos por parte de qualquer governo o incentivo a mais vozes na comunicação, até porque nenhum governo quer mais “barulho”. A internet, como tecnologia, por si só fez mais pelo acesso à informação que qualquer política pública. Temos um Brasil que carece de rádios, tevês, websites. Não adianta nos orgulharmos do que temos chegar a todo brasileiro, se o que chega é de meia dúzia de canais com pontos de vista de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Infelizmente não espero que a informação seja mais valorizada por qualquer governo. Sobretudo quando estamos vendo a desvalorização da informação pelo próprio cidadão.

Onde/em que setor e/ou área as empresas de comunicação e quem trabalha na área devem investir em 2023?

Sem dúvida apostaria naquilo que falta. É a notícia no interior. O entretenimento fora dos grandes centros. O conteúdo com cara além dos clichês dos grandes centros e de como esses centros veem o interior que é aquele interior sertanejo e rural.

Deixe sua mensagem para 2023.

“Todos os negócios estão se reinventando. As mudanças fazem parte da atualização de qualquer segmento. Não devemos encarar como crise o que é renovação. O Brasil é muito maior do que conhecemos e pode ser ainda maior se procurarmos as oportunidades onde ninguém está explorando. Temos uma sociedade que precisa de informação e que, inclusive, precisa aprender a se informar. Ofereça de forma incansável qualidade. Quem trabalha com comunicação tem pela frente um trabalho tão árduo quanto é o tamanho das oportunidades que ainda não foram aproveitadas”, pontua.

Paulo Sérgio Ferreira

Engenheiro e empresário, formado em Engenharia Civil e Administração de Empresas, com MBA em Gestão Empresarial e Marketing, Paulo Sérgio Ferreira é sócio fundador da Eldorado Construtora, da Elglobal Construtora 2003, da Uberlândia Medical Center e também vice-prefeito de Uberlândia desde 2017. Aqui ele fala sobre sua visão frente ao que está por vir diante do cenário político do próximo ano.

Em relação aos políticos que assumem em 2023, a mudança nos cargos interfere nos investimentos em Uberlândia e região?

A representatividade de Uberlândia foi ampliada neste pleito, tanto na Assembleia Legislativa, quanto na Câmara Federal. Por isso, temos uma boa perspectiva para ampliarmos os investimentos na cidade, que mesmo antes já realizávamos, na medida do possível, com recursos do Município. Agora, podemos contar com os deputados que são alinhados à gestão e que também irão atuar por toda a região. O senado não

interfere tanto na política regional, mas precisamos aguardar quais serão as pautas e direcionamentos do Executivo federal, principalmente na Economia e Agronegócio, um dos principais potenciais da nossa região.

O fato de o governador de Minas, Romeu Zema (Novo) ter sido reeleito é positivo economicamente para a cidade e as regiões do Triângulo e Alto Paranaíba?

O governador Romeu Zema nos dá uma perspectiva positiva. É nativo da nossa região e sempre esteve muito próximo a Uberlândia e ao prefeito Odelmo Leão (PP), por isso o apoiamos e contamos com ele. Fez uma boa gestão em seu primeiro mandato, equilibrando as contas do Estado e vem realizando um investimento fundamental na recuperação das rodovias da região.

Como político e empresário/empreendedor deixe sua mensagem para 2023.

“Estou como político, mas sempre fui engenheiro e um empreendedor. Sei da realidade e das dificuldades que todos aqueles que decidem empreender enfrentam. Acredito que o único caminho é a persistência. Enquanto uns enxergam a crise, o obstáculo, outros veem a oportunidade. O principal investimento que o empresário deve buscar é conhecimento. É preciso acompanhar a inovação, o mercado e a tecnologia para fomentar os negócios”, orienta.

Rodrigo Santos Ferreira

Com sede em Uberlândia, a Minas Capital é um escritório de Agente Autônomo de Investimentos (AAI) credenciado à XP Investimentos e registrada na Comissão de Valores Mobiliários. Conta com unidades em Araxá, Uberaba, Goiânia (GO) e São Paulo (SP) e uma equipe de profissionais altamente especializada no mercado financeiro, qualificada para assessorar os clientes. Em 2021, foi eleita a segunda melhor do Brasil em Mesa de Renda Variável, no prêmio Tier 25+. Portanto, nada melhor que terminar essa reportagem falando de investimentos com quem entende. Rodrigo Santos Ferreira, head de Renda Fixa Minas Capital, é quem responde nossas perguntas.

2022 foi um ano em que as pessoas voltaram a investir após um período de incertezas por causa da pandemia? Quais foram as maiores procuras: bolsa, fundos, renda fixa ou variável, CDI?

Com certeza, 2022 foi um ano marcado pela retomada de investimentos no mercado financeiro. Após um ciclo de baixa nas taxas de juros antes e durante a pandemia, investimentos em outros ativos, principalmente em imóveis em 2020 e 2021, provocaram um aquecimento no mercado imobiliário devido as taxas baixas para financiamento. Em 2022, após a pandemia, com a escalada da alta nas taxas de juros, vimos os investidores retornando para o mercado financeiro, principalmente para ativos de renda fixa, atraídos por boas taxas e baixo risco.

As pessoas têm aberto mais os olhos para a economia e o universo dos investimentos?

Sim. O surgimento de plataformas digitais contribuiu para o acesso da população à informação, o que acarretou na desmistificação do mercado financeiro. Hoje, de forma prática, direto do celular qualquer pessoa pode abrir uma conta gratuitamente em um banco ou corretora e começar a investir. Além disso, nos últimos anos observamos uma crescente discussão sobre o cenário econômico por parte de um público que anteriormente não era engajado no assunto. Tudo isso contribuiu para o crescimento do número de investidores no mercado atentos às oportunidades.

Acredita que a política do novo governo poderá interferir no mercado financeiro?

Com certeza, mas isso não é um problema somente do futuro novo governo. Todo e qualquer governo tem um peso muito grande na economia dependendo das ações tomadas. A atual preocupação com o próximo governo é a incerteza quanto ao rumo que a questão fiscal tomará, a preocupação de qual será a âncora fiscal do governo, se ele terá um compromisso com o teto de gastos ou se será um governo que pode elevar a relação dívida/PIB, colocando assim o país em uma situação de risco mais elevado. Isso é o que mais assusta o mercado, juntamente com as incertezas dos nomes que estarão à frente de ministérios importantes. Acredito que passando este momento de incerteza e havendo mais clareza sobre todas essas questões, teremos uma direção mais certa do mercado, seja positiva ou negativa.

Estudar e aprender mais sobre mercado financeiro pode garantir mais segurança diante das mudanças na política econômica?

O melhor conselho que posso dar é: estude sempre para entender como as coisas funcionam no mercado, mas conte também com a orientação de um especialista para ter mais segurança. Para isso, a Minas Capital conta com os melhores profissionais para te auxiliar.

Quais serão os possíveis melhores investimentos em 2023?

Embora o mercado de renda variável tenha algumas oportunidades interessantes, a incerteza quanto ao cenário de curto e médio prazo embute uma certa volatilidade para esse tipo de ativo, assim, sob essa ótica, os ativos de renda fixa ficam mais interessantes, principalmente porque estamos em um momento de Selic alta. Dentro do universo de ativos de renda fixa, o que eu destaco como uma das melhores oportunidades no momento são os títulos públicos (títulos de emissão do governo) que estão com taxas em níveis altos, representando um ganho real de aproximadamente 6% acima da inflação. Ainda posso ressaltar os ativos de crédito privado, como Debentures e CRIs, que são ativos de dívidas de empresas. Como exemplo posso citar CRI da Petrobras, que é hoje uma das maiores petrolíferas do mundo, remunerando esse papel com quase 7,00% acima da inflação.

Deixe sua mensagem para 2023.

“Independente dos cenários projetados, sempre existirão oportunidades no mercado financeiro, e 2023 será um ano de oportunidades, basta estar bem assessorado e saber enxergá-las”, enfatiza.

Depois de todas essas opiniões, agora é hora de se planejar, observar e fazer acontecer em 2023.

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