Transformando pela Gestão de Pessoas

“Profissionais de recursos humanos são fundamentais para a gestão estratégica de uma organização”, diz Luciano Guedes, que é professor de Gestão de Pessoas na FGV e Mestre

em Neuromarketing.

Por Luciano Guedes

Fotos Arquivo Pessoal | Divulgação

As mudanças que ocorrem nas organizações e na busca de alternativas para sobreviver em cenários e mercados revoltos têm impactado diretamente a área de gestão de pessoas. A necessidade de fazer a leitura desses cenários e tornar a organização convergente em seu propósito, na formação e no preparo de seus colaboradores e na obtenção de resultados competitivos em um mercado de modelos diferenciados, vem exigindo diversas adaptações na governança corporativa.

O avanço das tecnologias e a necessidade de acompanhar a sociedade e o mundo corporativo em suas demandas têm requerido dos profissionais de recursos humanos e dos líderes novas perspectivas de atuação. Os profissionais de recursos humanos são fundamentais para a gestão estratégica de uma organização, a partir do entendimento de que estamos em tempos em que a emoção (humano) e a lógica (tecnologia) caminham juntos.

Se a inteligência artificial e os algoritmos estão à disposição para facilitar a tomada de decisão, porém desacompanhados do valor humano, de nada adianta, pois a complexidade do ser humano ainda não foi ensinada às máquinas.

O lado que ninguém observa é que a área de gestão de pessoas representa o início do processo de gestão, e não o fim. A gestão de pessoas teve que enfrentar no início a rigidez de uma administração obtusa, para poder desempenhar com grandiosidade suas atribuições. Por se tratar de uma área que durante muito tempo foi mal vista pelas organizações, a gestão de pessoas está a cada dia ganhando mais espaço dentro do mundo corporativo, assumindo o viés estratégico no negócio. Não é uma tarefa fácil administrar pessoas, frente aos diversos desafios que o cotidiano organizacional nos impõe onde percebe-se a noção de como é complicado gerir esta área. Por isso, os profissionais devem ser os mais capacitados e atualizados. Mas, a Gestão de Pessoas é muito mais do que isso, quando reconhecida como fundamental na estratégia empresarial ela tem potencial de transformação social.

Diferença entre recursos humanos e gestão de pessoas

Tendo em vista que o setor de recursos humanos esteja se tornando cada vez menos burocrático e mais estratégico, devido a era do RH 4.0, o papel desse departamento se limita a apresentar as melhores estratégias para a gestão. Esta, por sua vez, é realizada pelo gestor, responsável por trabalhar com e para sua equipe. Assim, entendemos que tanto os líderes como o RH trabalham de forma colaborativa, porém têm responsabilidades diferentes.

Os primeiros – Líderes – devem aplicar as técnicas (No How – Saber fazer) e agir em contato direto com os colaboradores, enquanto o RH deve articular ações para preparar a liderança (ferramental técnico na criação de processos) para o gerenciamento eficaz de talentos e oportunidades (vagas). Vou te dar um exemplo: gestor na área operacional de uma empresa de Tecnologia precisa preencher uma vaga de Analista de Dados. O gestor conhece todas habilidadestécnicas exigidas do candidato(a) à vaga. Porém, além das habilidades “técnicas” que o profissional necessita dominar, também são necessárias habilidades comportamentais/emocionais que o setor de RH será responsável por filtrar e pré-selecionar os candidatos à vaga.

O objetivo do RH é identificar o candidato com maior compatibilidade comportamental e emocional à vaga em questão. Já o objetivo do gestor é identificar a qualificação técnica do profissional indicado pelo RH. O motivo para aplicar a gestão de pessoas é óbvio: uma organização só existe graças às pessoas que a formam e, por isso, devem ser consideradas durante qualquer planejamento estratégico, pois a rotatividade de colaboradores acarreta um custo importante no fluxo de caixa de qualquer empresa. Além dos custos adicionais com treinamentos e capacitação. Esta percepção de “processo estratégico” na área de Recursos Humanos desempenha um papel relevante nas empresas hoje em dia, diante das demandas por agilidade, tanto na contratação de novos talentos, quanto na melhor adaptação candidato(a)/vaga.

Adotá-la implica em diferentes vantagens que impactam o negócio da organização. É possível impulsionar positivamente a produtividade e o lucro, dentre outros como: um processo seletivo mais eficiente, retenção de talentos, melhoria do ambiente de trabalho, motivação e produtividade e redução de custos.

Luciano Guedes é professor de Gestão de Pessoas na FGV e Mestre

em Neuromarketing.

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