Como prevenir a Doença de Alzheimer?

“É, sim, possível ter a doença e viver bem, apesar dela”

Por Anabel Machado Cardoso | Gerontóloga

Fotos Divulgação

Tenho observado no meu dia a dia, nas perguntas que recebo nas redes sociais e até nos almoços de família, um medo exagerado do tal “mal de Alzheimer’’. Para início de conversa, se diz Doença de Alzheimer (DA), e não “mal’’. É, sim, possível ter a DA e viver bem, apesar dela. Talvez você ainda não conheça a gerontologia, imagino eu. A gerontologia é a ciência que investiga o processo de envelhecimento humano, e eu, como gerontóloga, tenho a responsabilidade de alertar você sobre a doença de Alzheimer, e principalmente, sobre o plantio de um processo de envelhecimento saudável. A Doença de Alzheimer é caracterizada como uma doença neurodegenerativa, estando entre as doenças que provocam a demência, correspondendo a cerca de 60% dos casos em nível mundial, o que torna a demência causada pela DA a mais comum. A DA está associada a um processo de envelhecimento cerebral patológico, sem uma causa específica, em que ocorrem alterações patológicas no tecido cerebral como deposição de proteínas anormais e morte celular. Os principais e mais comuns sintomas da DA são os prejuízos na funcionalidade do indivíduo e prejuízos no domínio cognitivo da memória e de outros aspectos da cognição, além da alteração do comportamento, podendo apresentar também características depressivas, de agitação e de agressividade.

A literatura demonstra que a DA tem relação direta e proporcional com a idade, sendo que, quanto mais idoso, maiores as chances de desenvolvimento da doença. Ainda, há fatores como a predisposição genética que podem influenciar para o desenvolvimento da doença. Ainda, segundo Livingston (Journal The Lancet, 2017), a baixa escolaridade, obesidade, hipertensão arterial (pressão alta), diabetes, depressão, o hábito de fumar, isolamento social e o sedentarismo são fatores de risco para o desenvolvimento da doença de Alzheimer. Por sua vez, diversos estudos em nível internacional, como o Estudo Finger e o Health Brain Initiative, indicam fatores protetores que podemos implementar em nosso dia a dia, na prevenção da doença de Alzheimer. Níveis mais elevados de escolaridade e de atividades estimulantes para o cérebro (como por exemplo a leitura, jogos de estratégia, tocar instrumentos musicais, aprender novas línguas e até mesmo a realização da estimulação cognitiva, com o acompanhamento de um profissional especializado) estão associados à prevenção da DA. A atividade física regular, evitar o uso do tabaco e do álcool, ser socialmente ativo e manter os relacionamentos interpessoais, hábitos de sono regulado, realização de atividades de lazer e a dieta (sendo a chamada “dieta do mediterrâneo”, a mais indicada na prevenção da DA), também são fatores protetores das demências. Ademais, como gerontóloga, tenho um conselho: busque práticas saudáveis como as citadas acima, independente da sua idade ou momento de vida. Uma velhice saudável é a colheita de um bom plantio, ao longo de toda a vida. E claro, para mais dicas sobre o envelhecimento saudável, me acompanhe pelo Instagram @gerontoanabel.

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