Admirável mundo novo: nada será como antes, desde que você saiba ter dinheiro!

Nada é ou foi mais discutido – e discutível – no plano terreno do que ele: O DINHEIRO! Já foi cantado que é vendaval quando na mão, já foi debochado como na letra dos Mamonas, conforme a estrofe acima. Em prosa e verso seguramente o dinheiro já foi citado por incontáveis vezes e de duas formas extremas: amado e odiado. De como em como, muitos já fizeram fortuna ensinando em seus livros a ganhar dinheiro, produzir riqueza.

Algumas dessas obras literárias se eternizaram, ainda que muitas só foram vistas por seus donos quando apareceram nas lives da crise sanitária mais recente. Outras já destruíram riquezas (e vidas!) por serem mal interpretadas e usadas, como O Capital, de Marx ou O

Príncipe, de Maquiavel. Há, mais recentemente, aquelas que seguramente geram fortunas – para quem as lança, evidentemente. São os famosos “Como fazer…”.

Falando de capital, sem decapitar o futuro

Tenho escrito, dito, resmungado sobre várias situações que têm como cerne o ganhar dinheiro. Quando falamos do agronegócio por exemplo, muitas vezes, muitos de nós não temos a dimensão de uma atividade como essa e ainda assim identifica-se o “fazendeiro” como o ganhador de dinheiro, sem sujar as mãos para ver como é. Quando falamos dos bancos então? Somos críticos de seus modos e lucros, mas absolutamente servis quando precisamos acertar nossas contas e por fim pagamos os escorchantes juros cobrados. Quando investimos com eles? Aceitamos os caraminguás que nos pagam e sorrimos por nos servirem aquele cafezinho especial, para clientes ‘especiais’. E ainda assim não entendemos como é emprestar o que não é nosso, a quem não tem e por isso precisa tomar empréstimos de um produto que causa sentimento de posse a quem o detém, ainda que não seja o proprietário do dito cujo.

O jeito de ganhar dinheiro então nem se fala, cada um tem sua fórmula, e no final o que importa de verdade é como você gasta o dinheiro – e sobre isso pouco se tem dito ou escrito. E a conta fecha justamente nesse ponto. Muito se ganha de dinheiro relativamente fácil, inesperado, herdado. E muito mais se perde com facilidade ainda maior. No meu pequeno universo, por exemplo, muito empresário que encontro sabe formular o preço do que vende e não sabe como medir de forma real quanto ganhou. Muito menos como gastar, investir o lucro que supostamente teria tido. Um caos. Calma lá que isso não é o assunto aqui. Foi apenas uma ária para o assovio, citando o eterno poetinha Vinicius.

Valor de face é muito diferente de valor de fato

Agora, o que o atual estágio da humanidade capitalista está mesmo acreditando é no que se propõe como ‘inovador’ ou ‘revolucionário’, sem observar como quase tudo é mais do mesmo. Vejamos a criptomoeda. Alguém poderia duvidar que tudo o que cerca essa nova moeda (?) – nada mais é do que mais do mesmo? Ou poderíamos garantir que em tempos remotos ao serem lançados os primeiros modelos de cédulas ou moedas de dinheiro – há centenas de anos ou séculos como se queira – a avidez de alguns em mergulhar no novo universo foi imediata e até irresponsável? Ou podemos também duvidar dos que não acreditaram e profetizaram vida curta para a tal “novidade” da época? Quando tivemos os primeiros cheques bancários, alardeados como a nova maravilha do mercado de transações bancárias, será que todos confiaram que um papel gráfico teria o mesmo valor do endeusado papel moeda? Já mais contemporâneo como foi – e ainda é – a aceitação do cartão de crédito? Quantos pais ainda precisam explicar, como eu tive, que pagar com cartão de crédito não é fazer nascer dinheiro em árvores ou tal como a erva daninha? Falar da história do dinheiro pode até render dinheiro, mas não aqui nesse artigo e nem por mim, analfabeto em história. É uma introdução para ganharmos velocidade e te convidar a decolar para um voo rasante entre a lua e Marte.

Nessa onda do ‘tudo tão rapidinho’ tão avassaladora, que certamente desempregou o personagem Flash e muito urologista especialista, ganhar dinheiro passou a ser um desafio para teclados e ousados. Quanta saúde mental se esvaiu no clã dos antigos operadores ao vivo das bolsas de valores, que nos pareciam malucos acelerados e hoje há uma Inteligência Artificial fazendo melhor, sem transpirar e fazendo o giro do capital voar? E por isso os convidei a um voo rasante. A volatilidade do valor do dinheiro não perdeu a majestade nem enquanto a indústria de todo porte, padrão e sorte teve de encerrar as atividades temporariamente nos bicudos (e absurdos) dias recentes e por isso um apertar de teclas constrói e destrói marcas, reputações, pirâmides financeiras e fortunas mais rápido que piscar de olhos.

Se não vejamos: o preço do metro quadrado mais caro de São Paulo, a meca do capital tupiniquim, foi um abuso recentemente quando startapianos (licença poética, por favor) do ramo imobiliário lançaram apartamentos de… – apertem o cinto pois não há mais piloto mesmo – 10 (DEZ) metros quadrados! No meu caso sendo um negócio a mais perdido, uma vez que minha avó apostólica me dizia que era pecado ‘andar de fasto’ e nesse caso ou eu entraria ou teria de sair dali nesse sentido e haja penitência para lavar a alma. A não ser que o morador se torne um ermitão “aifoodiano” (com licença novamente), vá lá. Se você se atrever a pesquisar, ligar para seu amigo corretor da capitania paulistana ou nesse buscador amigo-inimigo a um toque de teclado e ousar comparar se realmente foi o metro mais caro daquela plaga naquele momento eu já lhe dou um alto lá! Não se trata do preço líquido de um metro de argamassa empilhado, mas sim de uma correlação da utilidade mental desse labirinto esquartejado: ganhar dinheiro. Quem em sã consciência acreditaria, há míseros dez anos, que seria possível vender em segundos o estoque inteiro de uma coisa dessas? Aí reside e mora o espírito da coisa (pensando bem se apenas o espírito morar ali já faz sentido, faltou-me pensar nisso antes de estar aqui a destilar a minha indignação).

O mercado imobiliário já faz parte da onda mais charmosa do que a Oscar Freire dos anos 1990 e 2000 (espero que tenha conhecido), ou seja, pouco importa o imóvel em si, o que importa é a valorização, o ganho, não a moradia ou o concreto armado. O que importa é se o influencer vai dizer que comprou ou é amigo de quem o fez. O que importa é a quantidade de likes que gerem minifortunas por aí.

O que importa é o morador metaversiano (mais uma licencinha, posso?) desse cubículo e suas vestes digitais de grife avaliadas em fortunas. Quando me deparei com a onda de moçoilas ganhando dinheiro bruto no Face para usar roupas de estilistas estreantes e isso se tornar uma tendência nem parei para entender. Já logo me pus a pensar na próxima máquina de fazer dinheiro que surgiria como herdeira ou demolidora dessa verdade inacreditável (perceba a ironia). E eis que veio o “luva de alguma coisa”, as tiktokers adolescentes, os professores sem sindicato (por enquanto, claro) destruindo a reputação dos autores

de autoajuda, ou pelo menos os deixando desempregados, com seus canais bombando.

Ganhar dinheiro não seria o tema?

E você, que possa fazer essa pergunta, não tem ainda seu canal “monetizado”? Não comprou o selinho azul para zoar com os inimigos virtuais por aí e parecer famoso, e ganhar dinheiro? Ainda não faz testes filmados e mal narrados de veículos alheios, ter um canal e também ganhar o seu? Não criou sua mágica loja virtual sem estoque, sem CNPJ e sem grana, para se tornar um novo milionário? Aqui, infelizmente preciso render meu R.I.P à expressão “milionário”, me permitam. Essa, antes do seguro morrer de velho, morreu de inflação mundial mesmo. Coitado de quem se tornar um desses. Imagine, se até um mil e novecentos reais de salário pagarão imposto de renda, o que será desse milhão ?

Voltando à vida, que é breve e passa rápido como um extuíte de 140 caracteres, o “ganhar dinheiro” foi deturpado em sua essência. Jornadas de oito horas para empregados e intermináveis quatorze a dezesseis para empreendedores já não valem mais para se ganhar muita coisa. Suor e inspiração já perderam para os chats bots de vida própria. Em uma determinada década passada Domenico de Masi escreveu o seu não autoajuda O Ócio Criativo e já lá, demonstrava que parar muito, pensar bastante, olhar o redor todo seria a profissão do futuro. Os exoesqueletos nos quais os japoneses foram pioneiros – e já estão também no passado – mostraram que músculos só serviriam para exibição pública, redes sociais e lucro das academias com adjacentes produtos. Até programadores de sistemas já roem as unhas uma vez que suas horas de pizza e cafeína já são substituídas por auto códigos.

Falando como elefantes

Chega desse alinhavo de pessimismo-realismo e vamos ao que interessa a quem se perde lendo essas mal traçadas linhas. O dinheiro do século vinte e um, e notadamente no atual ano calendário, continuará indo para os bolsos descritos no velho e carcomido ditado popular “ganha dinheiro quem tem dinheiro”. Não desanimemos ou soframos com essa constatação. Se a essência desse dito continua a mesma, a forma já sorri para outros. Vejam só. Quando se pensaria que uma padaria teria um restaurante? Que uma drogaria seria até ponto de encontro de alterófilos (lá vai mais uma licença) modernos escolhendo barras alimentares no lugar de medicamentos? Que até uma borracharia teria piso límpido e paredes sem pôsteres envergonhados? Que conta bancária e cartão de crédito seriam grátis e deixariam seus emissores e sócios ainda mais ricos? Então, mais que seguir em fila indiana fazendo o que todo mundo faz é hora de fazer tudo que os outros fazem, de forma personalizada. Não sabe como? Fique em ócio! Perca tempo pensando como uma hamburgueria artesanal tem margem bruta maior que as grandes redes de fastfood tradicionais. Observe como os oftalmos e dentistas estão ganhando dinheiro especializando-se em estética. Vamos pensar como hoje é possível a um garoto adolescente dar conselhos de investimentos. Eis a fórmula! Não confia? Então escolha seu lugar na janela para ver a banda passar.

Esses novos rumos às profissões e ao capital não são fruto do acaso. Há muito pode-se ler e ouvir sobre o futuro do dinheiro e muitos de nós não nos demos conta da velocidade que tudo isso teria. E aqui não há desterro ou privilégio de qualquer geração. De oito (literalmente) a oitenta (felizmente) há história de novos ricos de toda estirpe e padrão. Para os talentosos artistas de outrora somente o pé na estrada e os circos vazios garantiam um lugar ao sol. Para as antigas fortunas eram necessárias várias gerações para serem construídas e ainda assim com uma matriarca ou um patriarca com pulso de ferro para lograr esse êxito. Hoje não mais. Ondas de enriquecimento vêm e voam em velocidade supersônica (olha eu usando essa expressão logo agora que essa velocidade caiu em desuso).

De onde? Para onde? Por quê?

Portanto, para ganhar olhando para a frente, temos escolhas. Se decidimos investir no mercado imobiliário não pensemos nos netos e sua herança, mas sim em como monetizar esse investimento. Sem apego emocional. Se pensar na locação desses imóveis que entreguemos em mãos sábias para esse assunto. Tem até app mais competente que nós! Se a vontade por enveredar pelo mercado de ações que confiemos na volúpia de jovens talentos para nos guiar. Também em qualquer circunstância nesse caso, tem inteligência artificial fazendo melhor, sem emoção, e esse caminho, mais uma vez, os jovens dominam muito bem. Não se pode mais olhar as criptomoedas como um OVNI perdido que vai abduzir nossas riquezas.

Esse tempo já passou e por segurança basta a consagrada lei da informação para errar menos ou pouco e mesmo assim ganhar. Em caso de dúvida, aqui vale um fato – até o ouro já teve sua versão para tolos – e uma lembrança do conselho de nossas ancestrais avós – cautela e caldo de galinha não podem fazer mal. Agora, se o caminho for empreender, há um oceano caribenho (isso porque o azul já está tumultuado de aventureiros e servidores de dados) com oportunidades ainda não testadas. E mesmo que for fazer um hambúrguer que seja com o diferencial que todos falam, muitos tentam e poucos fazem de fato:

a experiência do cliente/usuário. Porque ninguém quer o hamburguer e sim viver um momento mágico! Para empreender de fato nesse mundo onde nada mais se cria ou copia e apenas se segue, rompa barreiras e costumes que já estão com prazo de validade vencido, sem esquecer do respeito à lei da natureza. Ela é impiedosa em sua vingança.

Em qualquer situação ou escolha vale uma dica, use o bom senso, cuide da saúde – lembrando que também nesse caso tem aplicativos fantásticos para ajudar. Ame muito, ria muito, seja feliz enquanto ganhe dinheiro. Velhos conceitos já caíram por terra e hoje é permitido que seja assim. Se ainda pintar uma leve ansiedade sobre qual caminho seguir, pegue um exemplar da revista Hub ou abra o navegador e leia o que empresários de vários segmentos estão contando aqui. Mesmo que não seja o pulo do gato, certamente haverá inspiração. Transpiração vale, mas na academia.

Só não vale mesmo é cantarolar Raul Seixas com seus versos “eu devia estar contente / porque eu tenho um emprego / sou um dito cidadão respeitável / e ganho quatro mil cruzeiros por mês /…”

Faça valer cada centavo!

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