Principais desafios da gestão educacional no contexto de programas bilíngues

Questões exigem capacidade de adaptação constante

Durante os últimos dois anos à frente do programa bilíngue da Casa Thomas Jefferson, tenho tido a oportunidade de ouvir gestores de diversas escolas e nos quatro cantos desse imenso Brasil sobre os principais desafios da gestão educacional. Estes desafios refletem questões que exigem desses gestores educacionais uma capacidade de adaptação constante, especialmente em um cenário onde o ensino bilíngue se torna cada vez mais essencial para o desenvolvimento completo dos estudantes.
Um dos principais obstáculos mencionados pelos gestores é manter o fluxo financeiro em dia. As escolas enfrentam dificuldades em equilibrar o orçamento e garantir que todos os recursos necessários estejam disponíveis, sobretudo em tempos de competição acirrada, com muitas escolas no mercado e instabilidade econômica. Motivar o corpo docente é uma tarefa desafiadora e essencial, uma vez que professores motivados estão mais propensos a contribuir ativamente para o sucesso dos estudantes e para a qualidade das aulas, contribuindo assim para o sucesso da escola.
Outro desafio significativo é o tempo disponível para o planejamento e organização das atividades. Muitos gestores relatam que o volume de tarefas administrativas limita o tempo para um planejamento pedagógico eficaz, o que compromete a execução de atividades bem estruturadas e inovadoras. Lembrando que estimular as competências e habilidades dos alunos, indo além do ensino tradicional e incentivando o desenvolvimento de competências para o mundo contemporâneo, como habilidades socioemocionais e de comunicação, é fundamental.
A ausência da família no ambiente escolar também é um ponto sensível. Gestores observam que o envolvimento familiar tem um impacto positivo na educação dos alunos, mas muitos pais não conseguem ou não sabem como participar de forma ativa. Finalmente, incluir programas educacionais de relevância, como o ensino bilíngue, representa um desafio extra, pois demanda esforços de adaptação e integração no currículo, a fim de que esses programas realmente impactem a formação dos alunos.
Todos esses desafios exigem dos gestores uma visão ampla e estratégica, assim como flexibilidade para buscar soluções que fortaleçam o ambiente escolar. O papel do gestor é, portanto, crucial para criar uma escola que inspire alunos, docentes e famílias em uma jornada de aprendizado contínuo e significativo.
Robson Moura é gestor do Thomas Bilíngue for Schools, Programa bilíngue da Casa Thomas Jefferson