O arquiteto como CEO

Lições de gestão de grandes escritórios para pequenos empreendedores
Laíta Alves | Fotos Divulgação
No imaginário popular, o arquiteto é o criativo solitário, dono de uma prancheta e muitas ideias. Mas no mundo real dos negócios, os profissionais que mais se destacam são aqueles que compreendem que talento técnico não basta: é preciso liderar como um CEO.
Grandes escritórios de arquitetura do Brasil e do mundo, como o FGMF, Bernardes Arquitetura ou BIG, não cresceram apenas por seus projetos icônicos, mas pela gestão empresarial afiada. Eles operam como empresas — com planejamento estratégico, metas, cultura organizacional forte, posicionamento de marca e inteligência financeira.
Esse mindset é aplicável também aos pequenos empreendedores. O arquiteto que deseja escalar precisa se ver como líder de um negócio: entender de marketing, gestão de equipe, experiência do cliente e, principalmente, saber delegar. Muitos permanecem presos ao operacional e não percebem que o crescimento exige foco no estratégico.
Assumir o papel de CEO é sair do estúdio e entrar na sala de decisões. É criar processos, pensar em margem de lucro, formar times complementares e investir na autoridade da marca pessoal. Liderar um escritório é mais do que projetar edifícios — é construir um legado.
Quando o arquiteto se posiciona como gestor, ele ganha fôlego para inovar, atrair grandes clientes e ocupar seu lugar como referência no mercado. Afinal, tão importante quanto criar espaços é saber comandar o próprio caminho.
Esse movimento de profissionalização da arquitetura é irreversível — e necessário. A era do “arquiteto artista e desorganizado” ficou para trás. Hoje, quem lidera com visão empreendedora conquista espaço, solidez e liberdade. Ser arquiteto e CEO é unir sensibilidade estética à inteligência de negócios. E essa combinação é, sem dúvida, a nova forma de fazer história na profissão.
Laíta Alves é arquiteta, fundadora da Cubo Arquitetura.
@bloguelalasouto
